O último número do jornal «O Penafidelense», de 14 do corrente mês, traz inserta, na primeira página, uma nota assinada por Maria Marcos, sob a epígrafe «A Capela de S. Cristóvão», a propósito de uma «festinha» que nela «teve lugar no dia 14 do mês passado», celebrada, como era de esperar, com autêntico fervor e dignidade litúrgica. Fui induzido à leitura dessa nota, por causa do título de que vem encimada, pois supus tratar-se de alguma informação de carácter histórico, atinente à «capela» de S. Cristóvão de Louredo - anteriormente aos meados do séc. XVI, igreja paroquial, sob o patrocínio de orago diferente - que ultimamente me tem dado que pensar, como aqui hei-de expor, na primeira oportunidade. Mas não era da «capela» de Louredo que se tratava; aliás, a própria autora cuidara de elucidar o leitor: «a capela de S. Cristóvão é uma capelinha muito antiga, dependente da igreja da Misericórdia, que fica num dos pontos mais bonitos da cidade - a Praça Municipal». De seguida, dá-nos a razão de ser da presente invocação da capela: «restaurada aqui há anos, foi ali colocada uma lindíssima imagem de S, Cristóvão, ideia que partiu dos motoristas desta cidade, a fim de os proteger, e bem assim a todos os viajantes». Sem curar agora de saber das implicações que a reforma do calendário litúrgico possa haver trazido ao caso, direi que nada me parece estar mal - sobretudo digna de muita simpatia, a «ideia que partiu dos motoristas», da cidade de Penafiel - a não ser apresentar-se-me, como coisa menos acertada, o substituir-se a originária invocação da capela, com idade superior a duzentos anos, por uma outra que não tem ligação alguma com a história da igreja da Misericórdia.
COM A COLOBORAÇÂO DO