Gosto do nome Valério. Era interessante estudarem-se as razões que às vezes nos levam a aborrecer ou simpatizar com os nomes das pessoas; os motivos da nossa predilecção ou antipatia por eles, são muito variados. Era um estudo que dava matéria bastante para longo tratado: relações da psicologia com a antroponímia. Reportando-me ao caso do nome Valério, parece-me que não andarei longe da verdade se disser que engracei com ele por lhe ter encontrado acentuado sabor latino e certa expressão de energia varonil. Seja como for, a verdade é que sempre gostei desse nome. Daí nasceu certamente a curiosidade, que tive em tempos, de saber quando e como ele entrara no sobrenome de uma família respeitável, há muito radicada na freg.a de Lagares. Após trabalhosa indagação, pude concluir que o sobrenome Barbosa - ainda sobrevivente e cheio de vitalidade em descendentes do mais antigo Valério - é muito mais velho que este. Não queria meter-me em explanações de carácter genealógico (há pessoas muito alérgicas a estas coisas...), mas para evitar o risco de não ser acreditado, o prezado leitor vai consentir que deixe aqui um ligeiro apontamento dessa natureza. Uma Isabel Barbosa - filha de Gaspar Lopes e de outra Isabel Barbosa, nascida em Ordins a 8-1-1622 - casou em Lagares, a 27-11-1645, com Manuel André, de S. Vic.te do Pinheiro Isabel Barbosa e Manuel André foram os avós paternos do primeiro Valério que encontrei na família - filho de Gonçalo Barbosa, de Ordins, e de sua mulher Ana Luís, natural de S. João da Foz do Sousa, casados nesta freg.a a 10-10-1693. Esse Valério foi baptizado, em 20-6-1696, por um seu tio paterno, o P.e Domingos Lopes Barbosa, tendo sido padrinhos o Reitor de Lagares - P.e João de Oliveira Vaz - mais Agostinha, irmã do pai do menino.
COM A COLOBORAÇÂO DO