Ia a caminho de Arrifana de Sousa, com deliberado propósito de fazer sintético comentário aos casos de escravatura observados ao longo deste viandar, senão quando, a meio da jornada, me vejo detido, de muito bom grado, por amor de uns escravos que me despertaram particular atenção. Desta vez, fregueses de Paço de Sousa. Dois deles, depararam-se-me por alturas de S. Ovaia de Esmegilde (lindo nome medievo: assim chamada a área de Paço de Sousa mais à banda do poente, que era freguesia à parte, ainda em meados do séc. XVI); para mais rigor de exactidão, direi antes que isso teve lugar nas casas que foram morada de Manuel da Cunha Osório, sitos em Sobcarreira. Este senhor Cunha Osório viveu à lei da nobreza. Seus pais também viveram assim: o L.do Mateus Dias Borges, natural de S. Tiago de Cernadelo, ao tempo do Arcebispado de Braga, e sua mulher Maria de Araújo da Cunha Osório Coutinho, de Esmegilde - casados em Paço de Sousa, a 4-2-1689. A importância social da família Cunha Osório, naquele tempo, ficou bem patente numa pedra de armas, assente na frontaria da sua casa, assim como numa capela, dedicada à Senhora da Conceição, que o referido licenciado mandou erigir, junto da moradia, no ano de 1717 - restaurada há poucos anos, com ausência de bom gosto. Várias gerações de Cunhas e Osórios residiram em Sobcarreira, donde se ramificaram por casas de preponderância, em Paço de Sousa e terras circunvizinhas. Apenas deixo anotado que os Cunhas Osórios de Sobcarreira se ligaram aos Beças Strech, da casa de Valbom, em Paço de Sousa, por casamento havido em 1802, Actualmente, julgo não existir na freguesia descendente algum legítimo dessa ilustre e velha estirpe.
COM A COLOBORAÇÂO DO